Quando vejo Tom Ford esquivando-se de apresentar suas criações em uma semana de moda normal e preferindo um momento mais intimo e exclusivo me alegra saber que ainda há vida inteligente na moda. Não que o estilista tem feito lá algo realmente novo se tratando de criações de roupas, mas seu comportamento sinaliza um diferencial que sobressai toda essa crise enrustida que as grandes marcas tem partilhado, nunca vimos tantas coleções juntas que nada dizem, ao não ser seguir o mesmo caminho indigno de serem iguais. Na ultima coleção de Marc Jabobs em New York a sensação 60´, de seu ótimo desfile parecia prever o que ira acontecer um pouco em Milão com a Prada e até na desbravadora Londres. A década se manteve como a tendência, foi seguindo outras coleçoes e uma angustia confirmou que vimos apenas uma vontade, imagem nem um pouco positiva, que nos confunde, deixa tudo parecido e cria uma visão irreal e sem crédito das outras marcas, tornando a moda algo vulgar e incoerente. Será que o mundo inteiro precisa se vestir com conjuntos de mini blusas e saias que deixam a barriga de fora? Isso sem falar quando na Itália Versace, Gucci e Cavalli decidem orquestrar suas apresentações praticamente como se fossem uma única marca. Enquanto NY esquece que moda é paixão e vende tudo mesmo pelo preço do que é mais comercial.
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Mas no meio disso tudo, um belga chama atenção e desvia todas os sonhos desejáveis para uma única cidade chamada Páris. Criando uma Dior melhor ainda que é. Raf Saimons consagra-se e energiza a moda e sintetiza a inspiração e os motivos certos para continuarmos a escrever sobre roupas, ainda é possível ser novo, quando olhamos para lugares distantes e que ninguém esta vendo. Na Dior, vestidos pareciam terem sidos feitos para uma mulher que é a junção perfeita de Audrey Hepburn e da personagem Carrie Bradshow. Dividindo espaço com um estilista que está nela até mesmo quando Dior é uma eterna referencia ao New Look, Raf consegue cumprir a missão de ser novo, tradicional e ousado . A peça abaixo é a definição adequada do encontro que imagino quando vejo as cores, tecido e o comprimento assimétrico, é novo do vestido, despretensioso e brilhante que ficaria inspirador em uma mulher que odeia caminhos feitos. Como é essa nova Dior depois desse desfile.
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E quando achávamos que todo o brilhantismo da vida tinha se esgotado, surge uma apresentaçao que não se vendeu a criar coleçoes a cada 60 dias, e que particularmente, nem ganhou a atenção de todos, mas para meus olhos foi divina e ganha o título dessa publicação de hoje no blog como referencia também a um momento de retorno da lógica da moda, que so ví no desfile da casa John Galliano. Havia uma coisa especial que ainda não consigo escrever sobre aqueles chapéus delirantes e aqueles cortes dramáticos e formas tristes, com a intenção certa, foi um desfile bonito, bem Paris que lembra aquela que exemplifica como foi a moda um dia, um sonho distante de apenas um bom negócio.
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